UM BOM COMEÇO... DE NOVO

Desta vez, preferi fazer diferente. Pela primeira vez no blog, decidi postar um trabalho a la 'cine-grafias' mas sob forma de vídeo. Esta foi uma maneira de deixar o meu recado de final de ano para vocês de um jeito especial.

O vídeo é uma compilação de alguns textos meus unidos a outros que passaram a existir no momento da edição. As imagens...bom, é melhor não dizer nada! Estão lá pra sentir ... mas dizem que a vertigem é a angústia da liberdade. (risos)

Espero que sintam a força de novos ciclos que estão por vir! E eu desejo que todo o movimento das suas vidas seja sempre definido pela vontade. Eu realmente desejo isso a todos vocês!

Grande abraço especial de final de ano!!!

FELIZ DOIS MIL E ONZE!!!!

Em cada silêncio eu encontro o meu descanso.
Em cada pensamento eu encontro meu corpo.
Tempo parado no meu espaço.

Eu quero a paz do movimento das nuvens
Eu quero o som das árvores
A vista fresca do invisível.

Não há nada a fazer com o destino do vento
Nem do meu sorriso.

Assumo a graça de ser eterno!

(um sorriso no caminho do vento - interior de Minas - nov/2010)

às vezes me sinto uma geometria infinita,
de complexos figurados da vontade.
um desenho
um desejo.

a espera de chegar num mundo livre de fundo,
onde passam pessoas feitas de fato, de força, de vista.
onde encontro amor por tudo o que me visita.

(figuras da inocência, fundo certo da paz - praça da estação, Juiz de Fora - MG - nov/2010)

Que Deus proteja os homens
Do poder de ser,
E poder.

Do poder de vencer,
E ter poder.

Do poder de encontrar
Um poder.

Que não seja o meu silêncio a matéria negra da guerra.
Eu não posso escolher na escuridão.
Voto cego pela paz.

(demo-cracia; Juiz de Fora - nov/2010)

É difícil,
sentir o ritmo
sem a música.

dançar o som,
sem vibração.

ser o movimento
sem espaço.

Que o ritmo da fé te faça coragem,
Que a vibração da vontade te permita o risco,
E que o movimento encontre as suas linhas.

Que o som do coração seja o sinal da vida.
De todos, pra todos.

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A beleza me seduz ao grau máximo do sentimento humano. Me leva a um riso no canto da boca e uma sensação sacana de coragem de ser. A humanidade pura me excita um gozo de ver gente sabendo ser gente.

(Cabaret San Pedro Del Mar - Cuba - maio/09)

Em cada sonho, alço um vôo eterno
Na altura do que sou acordado.

É o rumo da escolha do destino
De um tal eu que voa no chão.


(mas a vida e a morte me lembram que no infinito não há gravidade. Eu busco mesmo é o vôo da alma - Buenos Aires - jan 2010)

Ser a sombra e a luz integral
Escutar um som que não é seu
Sentir um pulso que não é das próprias veias

Ver a diferença como mistério da vontade
De ser único juntos,
Numa união invisível entre histórias.

Rolar entre os dois pólos da graça
De ser um, tão único... e poder ver dois.
Ser um e ter dois.

Companheiros de uma longa jornada invisível.
Amores entre dentros.


(grifo o amor, forma única invisível - Museu del Carnaval - Cuba/2009)

Por vezes eu acredito que o meu destino é um vento
Que me traz um passo a mais no centro,
Por dentro.

É muito frio que refresca, é muita luz que não esquenta.
Por onde quer eu vá
Por onde quer que eu seja.

E é verdade.

O meu destino é um começo
De um estado infinito de partida.

Eu quero tudo de um caminho longo...
Tudo.

(permaneço no caminho, descobrindo caminhantes - interior de Minas - out/2010)

Eu tenho a sorte de ser maior que eu
E menor que o mundo.

Eu aceito o desafio eterno de nascer.


(numa ilha em Cuba, vejo um olhar crescido - Caio Gramma - maio/09)

E o silêncio prova que une pensamentos...

(...e colore espaços - Caminito, Buenos Aires - jan/2010)

O meu destino é encontrar a luz da minha própria sombra.


(e assim muitos sonham - no interior de Minas, uma cena eterna. out/2010)

O dever dos homens
É salvar a si mesmo
Do dever dos homens.

(a civilização é uma conquista? - Buenos Aires - jan/2010)

Ah! O Tempo...
Faz a dureza da vida ser contada para o fim.
Faz saudade virar sentimento
Faz a memória no peito.

O tempo é um veneno doce que não mata.
É escravidão sem cercas
É a lembrança escolhida pra ser um sentimento.

Ele é sempre o dono de quem precisa
O piso de quem cresce
O teto de quem não voa.

Assim escolho o meu veneno doce.
E espero que o tempo me faça ser melhor a qualquer minuto.
Para que numa nuvem qualquer do céu
Eu pise.

Nas alturas nunca encontro as horas...

(o tempo de subir é infinito - interior de Minas - out/2010)

Que a liberdade me faça ver.
Que a liberdade me faça ser.
Que ela me faça sentir
Sempre mais um místico sentimento inseguro de sonhar verdadeiro.

(crespúsculo: a hora do sentimento dos seres - São Thomé das Letras - MG - set/2010)

que todo limite faça sentindo
para que toda minha gana
tenha um motivo de ser.

Eu perdôo a vida pelo risco....

(primeira foto do blog aparentemente sem alguém. Mas se olhar bem fundo, pode sentir a humanidade por trás das frágeis cercas - Castillo Del Morro - Santiago de Cuba - maio/2009).

Por onde eu caminho, nasce um destino.
As escolhas me fazem quando feitas.

O meu lugar é em mim.


(interior de Minas, maio - 2010)

Enquanto os pássaros conhecem o limite do mundo porque voam alto,
Nós vemos o infinito porque tocamos o chão.


(talvez o céu seja um sonho dos terrestres, e a Terra o sonho daqueles que voam. No caminho de Buenos Aires para Colonia del Sacramento - jan-2010)

A vida tem um gosto de sobra.
De um excesso de mistério.
Tal fervura saborosa
De uma pouca tanta idade.

Talvez seja por isso que minhas palavras passam pela boca.
Cada letra tem o gosto de seu enigma
E cada dito me tempera.

Senhores e Senhoras sem idade de tão meninos
Vivem num estado de significado transparente
Ao sabor do que ensinam pro mundo.

O gosto das coisas
Faz o céu virar chão e o mundo um mistério.

Gosto do sabor ...

(o momento desta imagem superava o cheiro de café no fogão a lenha. Ibitipoca - março-2010)

(...) e no retrovisor do carro, o passado me lembrava....

Que quando eu era criança, brincava de ser herói de formigas. Salvava cada carreira daquele caminho tão gigante. Era quando me sentia parte de um mundo tão enorme.
Hoje eu sei que muitos também brincam com a pequeneza. Mas não se protegem de inocência. E viram armas.
Precisam nascer de novo!
Porque não sabem,
Que heróis não matam.... heróis se salvam!

A boa notícia é que a infância nunca morre de inocência....

(em Havana, Cuba - 09).

Um dia uma senhora me disse
Um segredo da vida.
Um caso de vazio e de silêncio,
Algo dos pássaros, flores e jardins.

- Não pensa, meu filho... dispensa!

Foi quando ouvi pela primeira vez a vista.

(nunca aprendi tanto em tão pouco tempo. Olhar para ouvir. Cuba -09)

Agora sinto que o que eu sinto, me basta.
O muito que o pouco basta.
O aceite das pedras.
O respeito às minhas marcas no chão.

Mas continuo o caminho,
E não descanso.
Ainda falta coragem de estar em paz.
Ainda falta a certeza de tudo
Pelo nada.

Falta você e todo mundo
No infinito
Dentro de cada trilha de mim.


(ele me fez pensar que o destino é um caminho de muitos, mas que o caminho é o destino de poucos - Ibitipoca - março/2010).

O mundo aguça a minha vontade,
De ter e ser a minha própria fantasia
De ganhar e receber sem perder nada.

A minha gana não deveria ter preço.
O desejo deveria ser uma ordem.

Quem nasceu por agora que me entenda!
De tão pequenos conseguem ver o tamanho do mundo
E descobrem o que tem que cobrir quando crescerem.

Não é que eu fui ou não fui criança.
É que estou ou não estou criança...

(entre 20 km cobertos de mato, encontro paisagens da vontade. Circuito Caminho da Luz, Água Santa - MG - jan/2008).

tanta liberdade
para pouco espaço.

este é o destino da loucura
que alivia a angústia de não ser... sendo.

(o acerto da liberdade consumada, uma imagem que amplia os espaços de quem vê, Cuba. 09)

[...]
porque se o pensamento fosse apenas o que ele é...
não teria corpo, nem coração.
Só seria alma.

(talvez a imagem do que se passa por dentro. Ilha Caio Granma, Cuba. 09)

Às vezes a vida parece nos dar a certeza de que tudo tem a sua ordem.

Que para cada sofrimento tem uma dor
Para cada prazer um desejo,
Para cada momento, o seu próprio tempo.

Talvez a vida seja realmente certa.
Talvez a dúvida seja apenas uma história daquelas que a gente vive como se estivesse lembrando.

E assim o tempo passa...
E a vida rola solta dentro do vácuo de mim mesmo.

Viver como se estivesse lembrando.


(o presente do que passou: a imagem e suas singularidades. Interior de Minas Gerais, julho/2010).

Olhar não é saber, nem imaginar
Olhar é ter certeza.
É quase um toque,
Um querer sem tocar.

Pensar é espaço.
Um vácuo cheio de forma.
É o som da imagem.

Olhar é ver como é.
Pensar é tentar ser.

Olhar descobre,
Pensar recobre.

Oras Deus, obrigado!
Tem algo por aí
Que eu não sei,
Nem nunca vi.

Pois
Se o que eu sinto, eu já conheço
Eu não sinto o que eu mereço.

(ela desconfia. Cuba/09)

Se todo o silêncio fosse feito de alma...
Se todo o vazio fosse um lugar conhecido...

Se toda fome fosse desejo...
Se todo desejo fosse um lindo sonho...

Ah! Se toda falta de razão fosse loucura....

E se o sorriso fosse falta de tristeza,
O frio, falta de sol
E o choro, excesso de beleza?

Se fosse...
Eu teria um abrigo.

(ali no chão, ela me fez pensar que não há sentido que abrigue tal circunstância. São Paulo, junho/2010)

Deus!

Se eu pudesse ser feito de gente...



(na ilha Caio Gramma, mil humanos , Cuba, maio/09)

... amar é um dever absolutamente fácil de seguir
e um direito merecidamente digno de ter.

(em Cuba, maio/2009)

Eu procuro um lapso de silêncio
Que me encha de espaços.
Um outro corpo, um colapso.

Eu procuro
Um ponto sequer de força
Que garanta meu destino ao descanso.

Eu quero encontrar a falta de tudo
Como excesso.

Eu quero ver, sem ver
Um vento de gente refletindo gente
A cor da transparência.

Não há peso algum na vida
Que me impeça de ser tão leve.

Se meu corpo sentisse
Que a dor não é nada senão a nossa própria necessidade do pouco...
Nosso impulso à leveza...

Eu entenderia a morte.
E o mistério da vida.

(no canto de uma imagem, a expressão leve de mãos pesadas. Santiago de Cuba, maio/09).

Estive pensando sobre inocência
Sobre o risco de um desenho colorido.

a fina camada de luz que envolve o rosto de crianças e adultos.
a simplicidade dos pensamentos
a evolução da humildade.

Mas não chamaria a inocência pelo seu próprio nome ....
Chamaria-a de paz.

(o risco de um desenho colorido, o registro da paz. Mariana- MG - junho/2010)

É teu o direito de pensar
Que a vida só encontra sentido
Quando é medida

Conta-se as horas
Individualiza-se no espaço
Faz seu ego.

A paródia das três dimensões, somos nós!
Quanta miséria em tanto.
Quanta beleza no entanto.

Não há nada que satisfaça
A vista do Todo num Ponto.
A sua história inteira num ponto
No peito.

A humilde sensação do orgulho do tempo.

(ela me lembrou que histórias ficam guardadas no meio do peito, Ilha de Caio Gramma, Cuba, maio/09)

O que é o sorriso senão a imagem do primitivo impulso da graça
De uma nova forma de ser criança.
De sentir a vida sem dever,
Sem ter que pagar ou vender.
É sentir o abrigo do que te faz bem.

É ter sentido pro que falta.
É ter amparo pro que te pesa.

Nenhum sujeito escapa do colo.

(na ilha Caio Gramma, estou nos olhos desta criança - Santiago de Cuba - maio 09).

Tudo que é da memória
Traz o nada que foi o instante.

Fantasia!
Ilusão da vista!
A realidade vira poesia quando é lembrada.

(vaga lembrança de um momento ao sol a pino - Cuba/2009)

Dizem que as fadas são pessoas pequenas
Que brincam de serem almas limpas.


(uma pequena tão maior que qualquer sentido – Ilha Caio Gramma – Cuba – maio/2009)

O tempo some no espaço
Quando os olhos seguem o movimento.
Quando os ouvidos acompanham o som.
Quando o corpo sente a luz.

Paz cantada.

(cabaret em San Pedro Del Mar - Cuba - maio/09)

O que é a infância senão a imaginação
A imagem em ação
Que oculta revelando e revela ocultando...

(Cuba - maio/09)

então, vejo a eternidade, uma escada.
a alma desce pra subir.

a escola ensina a alma pro mundo. ensina o mundo. ensina o chão.
a vida ensina a alma pra vida. ensina a vida. ensina o nada.

aí eu vejo o mundo de frente pra uma escada.
Uma subida pra cada descida!

(colegiais rumo a uma altura infinita. Santiago de Cuba - maio/09)

Respeito pela sensação causada no tempo vazio da contemplação
E coragem para ver o que a fotografia revela nos seus espaços: o realismo de cada um.

A imagem fala pra quem vê e os olhos vêem o que é dito.


(espaços cheios de tempo vazio! foto realizada no Castilho del Morro em Santiago de Cuba - Cuba. maio/2009)

Pensei:
Pagamos pra ser pobres ou empobrecemos pra ser ricos?

Então eu deito e sonho.

Eu estava nas ruas.
Sentado encima de um lixo, eu não entendia nada.
Como pode alguém ter o chão sujo como abrigo?
Apertava minhas mãos. Sentia os olhos sumirem.
Estava passando necessidades de não desejar estar ali.

Estava eu no asfalto. No sujo chão da realidade.
Estava na rua sacodindo a blusa e apertando contra o peito.
Eu mendigava pra mim mesmo um novo sonho.

Até que um garoto me tocou a mão e disse :
" - se cada parte de você fosse uma esmola para mim, eu saberia ser pobre."

Voltei a sentir a cama dura e macia num só tempo.
Acordei... e descobri.

(foto realizada num parque de diversões em Juiz de Fora - MG. 28/04/2010)

O nascimento
O pensamento
O conhecimento

O professor pergunta pra criança: "- Por que o céu não cai?"
E a criança pergunta: "- Por que não caímos no céu?"

Dou a mão para a criança.
A vontade é maior que o mundo que ela não conhece,
E o seu sonho é maior que tudo que já conhecemos.

E a gente cresce... e continua a ver o tamanho das coisas que não sabemos.
É a força do sonho!
A gente Nasce.

Eu vivo pelo que eu não conheço,
E morro pra conhecer.


(e ela vai para a escola de mãos dadas, conhecer ou não. Santiago de Cuba - Cuba - maio/09)

Sua imagem é meio-minha.
É o meu ensaio.
É um esboço do meu retrato.

Minha pura linha visível!
Quero ser tão visto quanto suas marcas.
Quero ser entendido na expressão da imagem pura, sem letras.

Sou tão próximo das tuas marcas...
São tão profundas que cortam mais fundo as minhas
Tão doloridas que meu rosto vira risco.
um rabisco.

(foto realizada na barca de transporte para ilha Caio Gramma - Santiago de Cuba - maio/2009)

E no desenho de tantos nomes e formas,
Entre tanta humanidade em ser e não ser,
Seres e não Seres,
Eu descubro uma linha que compõe os espaços.
Porque eu me formo pela forma do Outro?

Sou eu em Unidade!

Tudo fica junto quando me sinto.
Os espaços revelam onde eu devo ficar
E as linhas para onde devo ir.

15/04/2010

(foco entre as linhas ao fundo: o rosto dela então se fez. Santiago de Cuba - maio/09)

O tempo lembra que as horas mistificam a espera
De ver um dia o nosso verdadeiro rosto revelado.
Eu bem sei que o tempo é só um fator,
Mas pelo resto de minha vida,
Eu prometo entender o verdadeiro estado das coisas.


(sentado no muro durante toda a tarde, o tempo parou para ele - foto realizada na Igreja Matriz de Conceição de Ibitipoca (MG) - abril/2010)

A humanidade talvez seja sagrada
Porque eu acredito no significado dos homens,
Mas tenho fé em tudo que falta nome.

(fotos realizadas na Igreja Matriz de Conceição do Ibitipoca [MG] - abril/2010)

A fotografia mistifica o outro.

Teu Rosto é um inesperado momento....
(Buenos Aires - Ruas de San Telmo - jan/2010)

e o desejo é a margem do sonho.
o olhar de um homem só.

(foto realizada na barca para Ilha de Caio Gramma - Cuba , maio 2009)

A dignidade cura o tempo.

(A Sra do Mercado das Luzes - Buenos Aires - jan/2010)

Plenitude: o caminho de um mundo particular.

(mãe e filho numa praia deserta e com chuva em Cabo Polônio - Uruguay - jan/2010)

Todos sorriem numa mesma língua.

(hora de ir para a escola - Ilha Caio Gramma - Cuba - maio/2009)